quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Crucificação descabida da cultura



Um enorme número de pessoas se julga detentora de um conceito de certo e errado acerca de diversos assuntos; os quais, contudo, sequer, encaixam-se a tais definições, como o matrimônio, onde em determinado país o divórcio é imoral, em outro a poligamia para homens é natural, assim como em outros é trivial nos depararmos com polígamas. Outro exemplo são os preceitos religiosos, os quais divergem muito de acordo com o local onde são empregados. Tudo se resume a questões culturais criadas pelo ser humano, nada disso é oriundo da natureza humana propriamente dita, assim como no ocidente se concorda balançando a cabeça pra cima e para baixo, e se discorda movendo-a para um lado após o outro, o oposto ocorre na Índia, por exemplo. Da mesma forma, dar gorjetas a garçons é vista como uma obrigação no velho continente; entretanto, tal atitude é considerada indecorosa no Japão. Livros são lidos de trás pra frente pelos nipônicos(de acordo com nosso costume). E tais exemplos não são nada além de mero hábito (alguns vistos como imorais; outros, como inócuos), os quais não merecem ser caracterizados como corretos ou errôneos e, muito menos, disseminar o ódio entre as pessoas.

domingo, 18 de janeiro de 2009

As más pessoas e os maus poetas


Dia desses, vi uma excelente metáfora numa obra de Nietzsche, a qual dizia que maus poetas são aqueles que adaptam o pensamento à rima, e não o contrário. É o que ocorre com quem não age de acordo com seus princípios e tempo não despende com o pensamento, por conseguinte acaba adaptando seus costumes, ações e pensamentos à moda corrente, logo, acabam como as obras dos maus poetas: amassadas e esquecidas em um canto qualquer.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Considerações passíveis de consideração


Damos uma dose desmesurada de importância àquilo que é dito sobre nós, embora tais considerações sejam atribuídas, na maioria das vezes, àqueles indivíduos que sequer sabem do que estão falando. Reiterando o exemplo dado por Sócrates em sua Apologia: quem é mais competente em falar sobre cavalos, os que estudaram a respeito ou o leigo e intrometido? Logo os conselhos dos integrantes de qual grupo poderiam trazer melhorias para tais animais? Do mesmo modo, de que adianta dar ouvidos às baboseiras de quem despende uma enorme parcela de seu tempo com a vida alheia, tendo sequer tempo para pensar acerca de seus conceitos de certo e errado. 

Da mesma forma, constitui-se em um erro o ato de julgar horrenda determinada figura, após vê-la em um retrato de um mau pintor, pois este atribui uma desmedida dose de fealdade à mais bela das formas. Portanto é preferível decorar nosso lar com apenas uma grande pintura de um excelente pintor, do que termos nossas residências envenenadas pela falta de talento de péssimos artistas. Ademais, como disse Nietzsche: "É mais fácil ter uma má reputação do que uma má consciência".´

Distorções da distância


Assim como determinado ornamento é corroído e perde a sua majestosidade com o passar do tempo, nosso empenho em certos empreendimentos é visto como diminuto quando muito nos distanciamos da época em que àquilo nos dedicávamos com afinco.

Ainda pior, é que da mesma forma que ao nos distanciarmos alguns passos de determinada pessoa, esta tende, na maioria das vezes, a nos parecer bem menor do que realmete é, não só em estatura. Pois considerações e boas lembranças tornam-se diminutas, assim como aquele ínfimo serzinho, vistas de longe.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Conselhos


Na vida é como na música, não basta que se saiba plenamente a teoria que rege todas as canções, se não tivermos as mais ínfimas habilidades na prática, pois desta forma não será possível conjugar teoria e prática, devido a uma falta de proficiência em alguma destas áreas. O mesmo ocorre com aqueles que aconselham alguém a agir de determinada forma; entretando, não conseguem fazer o que afirmam para os demais.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Sobre os prazeres


Estes, diferente das alegrias, são como uma fogueira que usamos para nos livrarmos do frio, conseqüentemente para que nos sintamos melhores; contudo, se demais nos aproximarmos das chamas, estas acabarão nos queimando, e seria preferível o mais intenso dos frios, do que as queimaduras redundantes de uma desmedida aproximação das chamas.