No meio de um diálogo entre três amigos.
Oscar: Amigos, deixem que lhes conte a peça que o destino me pregou...
Arthur: Espere aí, destino? Não acredito que em pleno século XXI você ainda creia em tais baboseiras, caro Oscar.
Oscar: Como não crer, se é como se o destino resolvesse dar claros sinais simplesmente visando nos mostrar sua existência.
Victor: Seja mais objetivo.
Oscar: Por exemplo, certo dia, peguei dois livros ao acaso na biblioteca, e em ambos havia um mesmo jogo de cartas, este que me era desconhecido. Obviamente o que me veio à mente: "é o destino brincando comigo".
Arthur: Meu caro, isso que você chama de destino deve ser intitulado de acaso, mera coincidência, nada mais.
Victor: Eu não creio em nenhum destes dois, pois não me agrada ser mero personagem em um livro qualquer, onde todas as minhas ações já estão premeditadas e sequer fui eu que as planejei, da mesma forma, acho abominável a idéia de todos meus grandes feitos serem atrubuídos ao acaso, à sorte de estar no instante certo no local certo.
Arthur: Interessante sua teoria; entretanto, vejo o acaso de uma forma um tanto distinta da sua, pois você pode até obter algo mediante o acaso; contudo, não conseguirá manter-se naquilo se nenhuma habilidade possuir. E quanto a isso vemos inúmeros exemplos nos meios de comunicação, como na música, por exemplo, onde a fama não passa de um relâmpago, algo deveras efêmero quando não há talento.
Victor: Muito interessante, meu amigo. Ademais, o destino é uma forma um tanto tola de resignação, onde tudo está no seu devido lugar, e não temos possibilidade de fazer as coisas de outra maneira.
Oscar: Creio ser uma questão de bondade, se você for bom, seu destino será brilhante, do contrário haverá diversos percalços em seu percurso.
Arthur: Isso me soa como o livre-arbítrio, este que julgo deveras infundado, porque você pode agir como lhe aprouver; porém, se essas ações forem boas, haverá recompensas, se forem más, haverá punições, isso não é liberdade, pois esta consiste em fazer o que se almeja, sem ter nada a temer, nem se utilizar de segundas intenções, no caso, ser bom visando recompensas.
Victor: Isso tem sua verdade, estimado Arthur. Porém, posso até crer mais em algo do que em seu oposto, mas nunca fecho as portas ao inesperado, pois não há nada de sábio nisso, porquanto sempre podemos nos equivocar.
E o tempo se esvai, enquanto o colóquio dos três companheiros não cessa.
4 comentários:
cara, gostei pakass desse texto!
principalmente da reflexão do Victor... acho que isso pode se estender a outras coisas que não são o acaso... por exemplo: quando uma ação dá certo, você quer ser o responsável por ela de qualquer jeito... agora, se dá errado, tentamos tirar de nós esse "mérito".
tenha uma boa semana!
abraço
Eu acredito em destinos, coincidências e também acasos. E em contrapartida, não fujo do livre-arbítrio. Acho que através dele podemos traçar o destino. Não?
Aqui, a coisa é assim: acredito no Acaso e no Mérito próprio. Não no Destino.
Exemplificando: é como se houvesse uma série de fatos ocorrendo ao nosso redor. Tal ocorrência, deve-se ao Acaso, por não depender de nós. Nossas ações, contudo, não são meramente casuais. Como indivíduos complexos, calculamos possibilidades e, por mérito próprio, realizamos ou deixamos de realizar coisas.
Resumindo: o exterior ao indivíduo é o Acaso, do interior vem o mérito. Lá está ambiente, com todas as suas probabilidades; e lá está o indivíduo, com a sua capacidade de adaptação.
Lembra o darwinismo, né?
Enfim. Deixe-me agradecer pelo teu comentário em uma postagem minha sobre o amor. Achei o melhor comentário daquele texto, sinceramente. Muito obrigado MESMO.
Até.
Destino e acaso... quem já não pensou nessas questões? A liberdade enquanto forma plena, o que fazer dela? Onde ela nos leva?
É bem interessante, curto porém bastante rico esse diálogo. Abraços
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