No quarto não há muita arte
Nem livros por toda parte
Há muitas ideias e imaginação
Reclusas; sem grande exposição
Em um recôndito ambiente
O qual intitulamos de mente
Ser desmacarado é perder;
Desmascarar-se é vencer
Afiançou um ser que sábio julgo
Refiro-me ao sublime Victor Hugo
Gaivotas aprisionadas em gaiolas
Indivíduos escravos com argolas
Livros na sombra de uma gaveta
Reflexos de um mundo maneta
4 comentários:
Olá!
Adorei o fato do acaso ter me trazido até aqui e sem mapa.
A frase que mais gostei foi:"Desmascarar-se é vencer" Pois, é brilhante e verdadeira.
beijos
Me identifiquei bastante com esse seu poema. Acho que todos nós, autores, devamos nos identificar. Porque é bem metalinguístico, né? Esse nosso quarto - a mente - vive cheio de ideias. É como diria Brás Cubas, "pendurou-se-me uma idéia no trapézio que eu tinha no cérebro". Todos nós temos o nosso trapézio, que vive balançando.
Além disso, o tema prisão - escravidão, presente nos últimos versos me faz pensar na própria contradição de escrever e, portanto, desmascarar-se: liberdade ou condenação?
E lá vem Sartre dizer que a própria liberdade é a condenação...
Faz tempo que eu não vinha aqui, né? Mas, enfim, voltei. E belo poema! :)
gostei muito deste... principalmente da última estrofe... o último verso diz muita coisa, além dos livros na gaveta ou das gaivotas em gaiolas.
Como sempre, uma ótima reflexão!
Libertador e aprisionador ao mesmo tempo...
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