domingo, 10 de janeiro de 2010

Livros engavetados


No quarto não há muita arte

Nem livros por toda parte

Há muitas ideias e imaginação

Reclusas; sem grande exposição

Em um recôndito ambiente

O qual intitulamos de mente


Ser desmacarado é perder;

Desmascarar-se é vencer

Afiançou um ser que sábio julgo

Refiro-me ao sublime Victor Hugo


Gaivotas aprisionadas em gaiolas

Indivíduos escravos com argolas

Livros na sombra de uma gaveta

Reflexos de um mundo maneta


4 comentários:

Daniella Dal'Comune disse...

Olá!
Adorei o fato do acaso ter me trazido até aqui e sem mapa.
A frase que mais gostei foi:"Desmascarar-se é vencer" Pois, é brilhante e verdadeira.

beijos

Vinícius Rodovalho disse...

Me identifiquei bastante com esse seu poema. Acho que todos nós, autores, devamos nos identificar. Porque é bem metalinguístico, né? Esse nosso quarto - a mente - vive cheio de ideias. É como diria Brás Cubas, "pendurou-se-me uma idéia no trapézio que eu tinha no cérebro". Todos nós temos o nosso trapézio, que vive balançando.

Além disso, o tema prisão - escravidão, presente nos últimos versos me faz pensar na própria contradição de escrever e, portanto, desmascarar-se: liberdade ou condenação?

E lá vem Sartre dizer que a própria liberdade é a condenação...

Faz tempo que eu não vinha aqui, né? Mas, enfim, voltei. E belo poema! :)

Rodrigo disse...

gostei muito deste... principalmente da última estrofe... o último verso diz muita coisa, além dos livros na gaveta ou das gaivotas em gaiolas.

Como sempre, uma ótima reflexão!

Bazófias e Discrepâncias de um certo diverso disse...

Libertador e aprisionador ao mesmo tempo...