“O extraordinário é aqueles que cansam sua razão para fazer com que relacione certos acontecimentos com forças ocultas não fazem o mínimo esforço para evitar de verificar a verdadeira causa”Montesquieu
Após anos de desenvolvimento do pensar, constitui-se um desatino o ato de julgar determinada atitude desconsiderando o contexto no qual está inserida. Porém, em diversas circunstâncias, embora o cenário e as motivações sejam supostamente levados em conta, o equívoco teima em se fazer presente, quiça de forma análoga ao vício que expulsamos fervorosamente quando nossos vizinhos estão observando; o qual, porém, chamamos de volta assim que os olhos alheios perdem-nos de vista.
Um exemplo assaz relevante, cuja exposição decerto servirá para elucidar o ponto de vista deste escrito é a morte de um ou mais indivíduos indefesos causada por outrem. O assassinato é visto como atroz nos mais distintos lugares, sendo seu perpetrador punido com diferentes castigos. Em contrapartida, louros recaem sobre quem mata seus inimigos na guerra, eis uma mudança de contexto e de ponto de vista acerca da ação cometida.
Ademais, meninas que saem à noite dotadas de um indumentária dita como indecorosa por muitos são vítimas dos mais infundados impropérios por parte de observadores; o mesmo, contudo, não ocorre com quem estiver usando um biquíni comum em uma praia. Destarte, surge sem vagar uma questão à mente: não estariam as mulheres na praia mostrando mais partes de seus corpos do que suas congêneres frequentadoras de festas? Não seriam ambos locais voltados ao lazer e à diversão? Assim sendo, o que permite certas vestimentas e um e em outro, não?
Quando a escolha feita por alguém não é passível de afetar outrem de forma danosa, qual o sentido deste intervir nas ações daquele? Soa realmente difícil para a razão responder a tal questionamento. Se tais intervenções benéficas fossem postas em prática o tempo inteiro, muitas televisões seriam desligadas enquanto seus pobres telespectadores lançavam-lhes olhares estúpidos de forma similar às baboseiras que recebem em troca, sendo este apenas um dos exemplos não efetuados amiúde.
Concluindo, é inegável o valor do contexto na avaliação dos fatos, entretanto este vem sendo mal interpretado em incontáveis situações. Tudo isso se dá pois as pessoas têm predileção por voltar-se ao mesquinho, como na obra 1984, de George Orwell, na qual os proles utilizavam suas memórias para decorar dados concernentes aos números da lotéria, porém esqueciam seu passado completamente, porque não o julgavam tão relevante quanto a possível sorte grande.
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