quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Tesouro espúrio


Muitos baús podem se encontar destituídos de tesouros

Embora belamente adornados, por dentro estão vazios

Nem sequer terão cruzado o mundo em encantadores navios;

Havendo neles apenas o que são por si sós joias e ouros


Porém, em tempos deveras áridos para o intelecto

Navegar em um fabuloso, mas conturbado mar

Representa do porto intitulado felicidade se distanciar;

Teima-se em transformar um espírito jovial em provecto

Quando pelo veneno da resignação nos tornamos infectos


No final das contas, percrustar oceanos é realmente tentador

Embora a água límpida e espumante seja vista com temor

Por quem não sabe nadar e tal arte não se dispõe a praticar


Somente os peixes sem ínfimos esforços nascem e saem nadando

Quanto a nós, desde os tempos de antanho, foi preciso empenho

Pois se inexiste, indubitavelmente haverá pretextos ao desdenho

Porquanto onde a indolência governa, a si mesmo se está enterrando


Seria mais sensato realmente, destinar às profundezas da terra

Baús por belas pedras incrustados, contudo da ignorância aliados

Ao invés de arcas de aspecto não tão sublime à falibilidade da visão

Porém, cujos tesouros recônditos satisfazem a um plácido coração


Nenhum comentário: