quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Pense nisso


Esses dias, virei madrugada adentro ouvindo rádio, algo que não fazia há um bom tempo (refiro-me a ouvir rádio; ficar a madruga acordado já é mais do que um hábito), e no programa o qual ouvia estava Humberto Gessinger, líder da banda Engenheiros do Hawaii e ele contou uma breve, contudo interessante história, onde sugeriu a um parceiro de tênis dissimularem que eram dois dos melhores tenistas do mundo e sua partida equivaleria à final de Wimbledon, seu amigo ficou atônito com a sugestão e disse que aquilo era um tanto infundado, portanto Humberto retorquiu dizendo que um absurdo eram dois homens velhos usando calções correrem durante cerca de não sei quanto tempo atrás de uma bolinha, onde cada um segurava uma pedaço de pau.
Bom, a finalidade de tal historinha é dar luz a certas coisas que fazemos sem sequer nos darmos conta do quão estranhas podem ser, simplesmente porque quando nascemos elas já existem, nossos pais comentam as mesmas com a mais genuína das naturalidades, e todo mundo delas usufrui. Por exemplo, a dança, não que seja algo feio, pelo contrário; contudo, não é estranho ir a uma festa e ver uma infinidade de pessoas fazendo movimentos esquisitos? Ou 24 pessoas correndo atrás de uma coisa redonda e milhares pagando a fim de lhes assistir em um estádio?
O mesmo ocorre com a nossa cultura, nascemos imersos nela e é tudo muito natural, Einstein, de forma um tanto dura, faz a seguinte afirmação: "A tradição é a personalidade dos imbecis"; entretanto, acredito que a afirmação não se deva ao fato da cultura de determinado país ser uma coisa imbecil, mas sim ao fato de quase todos seguirem-na à risca sem jamais se perguntarem o porquê daqueles hábitos. Alguns intelectuais afirmam que toda a influência é imoral, porque acaba fazendo com que as pessoas se esqueçam de pensar por si sós sem se basear nas informações alheias e sem considerar o que os outros pensarão a respeito de suas atitudes, quanto a isso Nietzsche afirma: "É mais fácil enfrentar uma má reputação do que uma má consciência". Todavia, talvez seja como foi dito em O admirável mundo novo: "Crê-se em algo que se foi condicionado a crer", e tal condicionamento ocorre desde o nosso nascimento, porque aonde quer que vamos há alguém mostrando o que se deve ou não fazer, o permitido e o ilegal. Porém, por que correr atrás de uma bolinha de bermuda e com um pedaço se pau seria motivo de espanto, se encaramos a própria miséria e falta de oportunidade pra tantas pessoas com tanta naturalidade?

37 comentários:

Cleiton disse...

Vivemos em um mundo onde, seja a tradição a cultura ou quaisquer sistemas de regras, nos coloca "cabrestos" e nos dão um "cardeninho com o que devemos ou não fazer, acreditar e por ai vai!

Os sãos é aqueles que são loucos pr opção!

Muito bom teu texto!


http://gregoryzairuz.blogspot.com/

Ellen Regina - facetasdemim disse...

nunca li admirável mundo novo... mas fiquei com vontade agora!

E o pior de tudo é q as pessoas q estão acostumadas a ver o mundo sob a ótica da verdade absoluta dos conceitos jamais entenderá o relativismo da moral

Unknown disse...

nooooossa...
q pira...
http://lokosdeuruguaiana.wordpress.com

. disse...

Adorei o blog e o texto também!

Você escreve muito bem!

Júlio Rodrigues disse...

Muito bom a forma como escreve, e concordo que as questões levantadas. Parabens pelo blog.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mariana disse...

Oi!
Então, adorei seu post... e já pensei esse tipo de coisa também. Realmente, se pararmos para analisar, fazemos coisas muito esquisitas.

Gostei do blog!

Beijo

Erich Pontoldio disse...

Eu aprendi que isso se cama mente coletiva ... coisas impostas sem saber de onde vem!!!

gaspar bezerra disse...

nossa que neura

YagoMurakami disse...

Somos loucos por opção, e claro pelas influência que passam por nossa vida, e faz em ser louco, se não, que graça tem a vida?
abraços!

http://wallnosekai.blogspot.com/

Karla Hack dos Santos disse...

Sabe que é verdade.. ete mundo de convenções estranhas que simplesmente adoramos.. pelo simples hábito.. sem nos questiornamos..
A verdade é que quando somos crianças, ainda temos aquela curiosidade do porque... mas depois, é mais fácil aceitar!
Estranho como podemos ser limitados.. quando na verdade nascemos para sermos infinitos!

;P

bjus

Alexandre Silva disse...

E o que ele faz? 6 ou 7 homens em cima de um palco tocando guitarra e bateria pra um povo que se embebeda lá embaixo... tem algum sentido? É assim como o Tênis e o Futebol, se parar pra analisar tabém não tem sentido algum. Mas, e a pergunta que ninguém respondeu: Que sentido tem essa merda dessa vida?? rsrsrs

Adoro ouvir esses programas de madrugada. Denominava "programas de porteiro". Hj em dia por causa do trabalho ñ posso mais fazer... :/
Que sentido tem trabalhar? Prefito ouvir meus programas de madrugada...rsrsrs
Abraço
http://falandoprasparedes.blogspot.com

Feänor disse...

"Estranho" está inevitavelmente atrelado aos conceitos de "costume", "padrão", "normalidade".

O que seria considerado padrão? É o comportamento replicado pela maioria em certas condições específicas.

É uma convenção social... E como todas, ela é regulada pelo período específico no qual se insere.


Concordo contigo quando você diz que hábitos devem, sim, ser questionados. Nem todo mundo faz isso... Ainda mais sob a influência da alienante e padronizadora cultura de massas.

Agora, toda influência é imoral...? Somos influenciados a todo momento, seja pelo ambiente no qual nos inserimos, pelas pessoas com as quais convivemos... Por tudo! É assim que se desenvolve nossa identidade psíquica, pela racionalização de todos esses estímulos que percepcionamos.

Também acho ser importante a opinião do Riochard Dawkins e outros sobre o assunto, de que somos máquinas replicadoras de "memes", mas isso eu nem vou comentar porque não li o livro, só conheço por alto a teoria.

Teu tema é interessante... Merece reflexão. O importante, aliás, nem são as respostas - é justamente pensar em cima do questionamento proposto. Afinal, se concluímos algo pela crítica, ela não será uma resposta certa ou errada, mas sim, válida para nós.

Anônimo disse...

Você me fez parar para pensar, achei muito interessante sua colocação e realmente é verdade.
Tudo que é visto como "despudorado" ou "imoral" é porque não faz parte da nossa cultura.
Foi interessante esta sua visão do mundo.
Einstein estava certo, como sempre, deve ser até natural achar que Einstein sempre acerta. rsrs

Kacau disse...

Parabéns
Muito bom o texto,surgiu da mais profunda reflexão não é mesmo?

http://messnatural.blogspot.com/

Anônimo disse...

acho que ja comentei nesse post! mais deixo o ar da minha graça de novo !

;)

Anônimo disse...

prestigiando...

abraço

Danilo Cruz disse...

Gostei do jeito que você escreveu este texto :)

Anônimo disse...

Como professora de História, muitas vezes caí na tentação de desconstruir as tradições e o sistema cultural a que os meus alunos estão acostumados desde que nasceram. Mas então passei a me dar de conta que não só isso causava um impacto extremamente negativo neles, como que eu não tenho o menor direito de fazer isso. Por piores que sejam algumas, nós precisamos de tradições, de alguma coisa que mantenha a coesão social num mundo globalizado que está cada vez mais individualizado.
Gostei muito do seu texto.

Dário Souza disse...

Concordo contigo as vezes os costumes deixam as pessoas ignorantes nao por o fazerem,mas por irem cegamente atras das outras pessoas,sem saber o porquê daquilo,otimo texto.

Henrique Miné disse...

vc escreveu praticamente a mesma coisa que eu quis dizer com minha poesia...só que em prosa e um pouco mais claro!
Fico feliz em saber que não sou só eu a ficar pensando no mundo e em tudo que ele nos impõe!
abraços..

Unknown disse...

Há muito tempo não ouço esses programas da madrugada. Sinto saudades...
Mas se for pararmos para pensar, o que faz sentido nesse mundo louco em que vivemo?

http://maynabuco.blogspot.com

gaspar bezerra disse...

parabens pelo blog

Anônimo disse...

O chamado senso comum é mesmo uma prisão. Valores, regras todas premeditadas. Violência desde e antiguidade é tratada com naturalidade. Seria mais um valor passado para nós através do senso comum?

V!nn! disse...

Texto maravilhoso!

Nascemos e aprendemos todas as coisas e qnd crescemos já nos acostumamos com aquilo como algo normal, mecânico talvez...

Muito bom o blog, parabéns!

Unknown disse...

Que graça teria a vida sem nossas esquisitices?
nenhuma!
=]




acesse:
www.adcampos.com

Anônimo disse...

Nossa, adorei o post.

Eu, particularmente, odeio ter que viver a mesma vida da maioria das pessoas.

Vou passar semrpe aqui.

Beline Cidral disse...

Valeu o esforço, mas o texto não ajudou a esclarecer as idéias confusas.

Anônimo disse...

Sem dúvida, um texto para se refletir!

Unknown disse...

Grande raciocínio.
Mas você tem de conver que, tanto quanto as mudanças, estabilidades também são necessárias.
Sabe, ás vezes eu também paro pra refletir sobre isso. Principalmente para refletir sobre a "estranheza" de uma partida de futebol. Mas então me vem à mente um outro seguinte exemplo:
"Viver ao redor de uns milhões de pessoas que usam blog para se expressar, e falar de um assunto como esse, com certeza, também é algo estranho". Parar, falar sobre isso, esperar que alguém dê um comentário interessante e, algumas vezes, ficamos realizados quendo nos vem um comentário descente. Isso é meio que estranho também. - e não foi uma pergunta.

Parabéns e sucesso!

- http://tiago-castelo.blogspot.com

Jota disse...

aff odeio blogs de filosofia barata

Unknown disse...

Uau!! Esse post me fez relembrar uma aula que tive no segundo ano da faculdade...
Esses conceitos de cultura de massa são legaia de debater...pq nascemos dentro de um contexto e somos condicionados a viver assim, muitas vezes sem nem nos perhuntarmos o porquê daquilo... mas imagina como seria o mundo sem esse pensamento coletivo...


Bjoooo!!!
www.blogdavana.zip.net

Louise Mira disse...

Quanto à frase de Einstein... o problema não está na tradição em si, mas sim em quando essa mesma tradição vira um fundamentalismo!

http://www.rosas-inglesas.blogspot.com/

Francisco disse...

bom texto.
é interessante para fazer pessoas que nunca pensaram sobre isso, pensarem sobre isso.
(ficou estranho mas é isso aí.)
eu penso nisso de vez em quando.
serviu para perceber que o hábito de pensar não desapareceu completamente.
temos exceções.

grupo gauche disse...

adorei o texto e esse Gessinger, quem diria hahaha

Danilo Cruz disse...

muito bom o texto

Unknown disse...

Meu querido já pensou em escrever um livro!
KARAMBA!!!
Muito bom mesmo...


André FRANÇA
wwww.dezcomplicando.blogspot.com